No livro do Apocalipse, o apóstolo João ouve (em vez de ver) a conclusão da história e compara-a ao som de uma grande festa nupcial - a ceia das bodas do Cordeiro. Esta imagem de uma celebração de casamento retrata a comunhão íntima e eterna do crente com Jesus Cristo, que começa no final dos tempos no recriado paraíso da Nova Jerusalém.
Versos Chave - Apocalipse 19: 6-9
Então ouvi o que parecia ser a voz de uma grande multidão, como o rugido de muitas águas e como o som de poderosos trovões gritando: “Aleluia! Porque o Senhor nosso Deus, o Todo-Poderoso, reina.
"Regozijemo-nos e exultemos e damos-lhe a glória, porque o casamento do Cordeiro chegou, e a sua Noiva preparou-se; foi-lhe permitido vestir-se de linho fino, brilhante e puro" o linho fino são as boas obras dos santos.
E o anjo me disse: “Escreve isto: Bem-aventurados os que são convidados para a ceia das bodas do Cordeiro.” E ele me disse: “Estas são as verdadeiras palavras de Deus”. (ESV)
O que é a ceia das bodas do cordeiro?
A ceia das bodas do Cordeiro é uma representação simbólica da comunhão alegre, íntima e eterna que ocorre entre Jesus Cristo (o Cordeiro de Deus) e sua noiva (a Igreja). Essa imagem futura de uma grande festa de casamento é tirada do imaginário do Antigo Testamento e do Novo Testamento.
Imagens do Antigo Testamento
Os escritores do Antigo Testamento frequentemente usavam casamentos, noivados, noivas, noivos e matrimônios como poderosos recursos ilustrativos. A nação de Israel foi freqüentemente comparada à esposa de Deus pelos profetas. De novo e de novo, quando Israel quebrou seus votos de aliança com Deus, ela foi comparada a uma esposa rebelde e infiel que havia quebrado seus votos matrimoniais (Oséias 1–2; Jeremias 2–3; Isaías 50; Ezequiel 16; 23).
O desenvolvimento do Cordeiro de Deus como imagem do Messias também começou no Antigo Testamento com freqüentes sacrifícios de animais. Na história de Abraão e Isaac, o Senhor provê o cordeiro de sacrifício, prenunciando o sacrifício de Deus de seu único filho, Jesus Cristo, na cruz no Calvário, pelos pecados do mundo. O livro de Isaías descreve o Servo Sofredor como um “cordeiro levado ao matadouro” (Isaías 53: 7).
Imagens do Novo Testamento
A imagem de Jesus Cristo como o Cordeiro sacrificial de Deus atinge o cumprimento no Novo Testamento. Quando João Batista primeiro vê Jesus, ele declara: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29, 36). Os primeiros cristãos acreditavam que Jesus era o Servo Sofredor de Isaías (Atos 8:32). O apóstolo Paulo descreve Jesus como o Cordeiro da Páscoa (1 Coríntios 5: 7). O apóstolo Pedro explica que os crentes são redimidos “com o precioso sangue de Cristo, como o de um cordeiro sem mácula ou mancha”. (1 Pedro 1:19, ESV)
Da mesma forma, o casamento e as imagens de casamento se expandem e se completam no Novo Testamento com a vinda de Jesus Cristo. O primeiro milagre de Jesus ocorre na festa de casamento em Caná (João 2: 1–11). João Batista chama Jesus de Noivo (João 3: 27-30). E o próprio Jesus freqüentemente fala do Reino de Deus em termos de uma alegre festa de casamento (Mateus 8:11; 22: 1-14; 25: 1-13; 26:29; Lucas 13: 28-29; 14: 15– 24).
Paulo introduz a metáfora da Igreja como a noiva de Cristo. Em Efésios 5: 25–27, ele explica que a relação entre maridos e esposas é como o relacionamento entre Jesus Cristo e a Igreja.
Contexto Histórico e Cultural
Para entender completamente as imagens da ceia das bodas do Cordeiro, é essencial considerar o contexto histórico dos casamentos na cultura na época de Cristo. Para um casal judeu entrar em matrimônio, eles tiveram que passar por um processo multifásico.
O passo inicial envolveu a assinatura do contrato de casamento, ou Ketubah, que foi executado pelos pais da noiva e do noivo. A família do noivo pagaria um dote à família da noiva, selando o noivado. Como tal, o período de engajamento oficial seria iniciado. O noivado estava vinculado aos termos do contrato de casamento. Durante esse período, o casal não morava junto ou mantinha relações sexuais entre si.
Tipicamente, um ano após o noivado inicial, uma procissão nupcial ocorreu da casa da noiva até a casa do noivo (como se vê na parábola das dez virgens em Mateus 25: 1–13). Para essa comemoração, a noiva se prepararia para receber o noivo. A fase final da cerimônia de casamento culminou em uma grande festa, a ceia das bodas, que poderia durar vários dias.
Imagens no livro do Apocalipse
As imagens chegam ao seu estágio final, no clímax, no livro do Apocalipse. A ceia das bodas do Cordeiro marca o fim do longo período de compromisso entre Jesus Cristo e a Igreja e o começo de uma eterna e ininterrupta comunhão de amor.
João se refere a Cristo como o Cordeiro que foi morto (Apocalipse 5: 6, 9, 12; 13: 8), que derramou seu sangue (Ap 5: 9; 7:14; 12:11), e que venceu a morte e o diabo (Apocalipse 12: 10-11; Romanos 8: 36-37). Jesus é o cordeiro vitorioso de Deus que conquista através do auto-sacrifício.
Jesus Cristo, o Cordeiro, é o Noivo e a Igreja é sua noiva. A ceia das bodas do Cordeiro, uma grande e alegre celebração, chega a este clímax glorioso perto do fim do livro do Apocalipse:
Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, descendo do céu de Deus, preparada como uma noiva lindamente vestida para o marido. E eu ouvi uma voz alta do trono dizendo: “Olhe! A morada de Deus está agora entre o povo e ele habitará com eles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará toda lágrima de seus olhos. Não haverá mais morte ou luto, choro ou dor, pois a velha ordem das coisas já passou.
CameUm dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas veio e disse-me: Venha, eu vou mostrar-lhe a noiva, a esposa do Cordeiro.
E ele me levou no Espírito a uma montanha grande e alta, e me mostrou a Cidade Santa, Jerusalém, descendo do céu de Deus. Brilhava com a glória de Deus, e seu brilho era como o de uma jóia muito preciosa, como um jaspe, claro como cristal.
(Apocalipse 21: 2-11, ver também 19: 6-10; 22:17)
As passagens finais da Escritura apresentam vividamente os momentos culminantes da história humana. Esta imagem de uma festa de casamento entre Cristo e sua Igreja ilustra o plano de salvação de Deus - um grande e celebrado romance entre o Criador e sua criação. A metáfora da ceia das bodas do Cordeiro produz um retrato cativante do relacionamento profundamente amoroso, pessoal e eterno que Jesus Cristo desfruta com sua Igreja.
Perguntas para Reflexão
Os crentes podem experimentar uma comunhão íntima e eterna com Deus agora mesmo, a partir do momento da salvação. Mas quando o Noivo retorna para levar sua noiva aos novos céus e à nova terra - quando o noivado é consumado - essa relação excede em muito qualquer coisa que possamos experimentar atualmente. Você aceitou a proposta de casamento de Cristo? Você está se preparando como uma noiva que se prepara para seu noivo?